NSA – Vigilância sem Fim

Identificamos a publicação do novo relatório anual de transparência da National Security Agency (NSA), a agência de inteligência cibernética dos Estados Unidos.

O documento é extenso (34 páginas) e relata estatísticas do uso de instrumentos normativos que a NSA dispõe para realizar ações ofensivas contra norte-americanos e pessoas de outras nacionalidades.

Há que se saudar a publicação de documento que divulgue de alguma forma o volume de ações sigilosas realizadas pela NSA. Contudo, o seu conteúdo permanece estarrecedor quando o volume de dados acessado é observado.

Os dados de aplicação da Section 702 da Foreign Intelligence Surveillance Act (FISA) são impressionantes. No ano de 2018 foram 164.770 pessoas estrangeiras (non-US persons) buscadas com os seletores (link) que a NSA emprega na sua coleta maciça.

non-U.S. persons

É possível observar a escalada do volume total de queries nos últimos cinco anos. O que sugere que a NSA não tem reduzido suas atividades após as revelações de Edwared Snowden.

Se serve de consolo para o resto do mundo, aparentemente o apetite da NSA é voraz também contra cidadãos norte-americanos.

U.S. Person Query Terms Used To Query Section 702 Content

Escolhemos esse dados em particular para destacar porque a Section 702 tem requisitos bem modestos para permitir a vigilância:

Section 702

No documento referenciado é ainda possível ler mais detalhes sobre outros instrumentos que a NSA dispõe como as National Security Letters.

Esses dados parecem oferecer uma justificativa porque a NSA sugeriu que o seu programa de coleta em massa de telefonia celular seja descontinuado. Afinal, existem outros mecanismos sendo utilizados para monitoramento global.

Dizem que os elefantes nunca esquecem, não sabemos se a classe brasileira é composta por paquidermes. As recentes aproximações do Brasil de agências de inteligência norte-americanas sugerem que se os políticos brasileiros nunca esquecem também nunca aprendem.